Cinquenta famílias que moram em manguezais não foram contempladas pelo Minha Casa, Minha Vida. |
A afirmação é do superintende municipal do Meio Ambiente e porta-voz da Rede Sustentabilidade, Emílio Gusmão, que conversou hoje (30) com este blog. Segundo ele, a proteção dos manguezais de Ilhéus está diretamente relacionada com a política habitacional. Isso porque parte significativa da área urbana, ocupada principalmente por residências, foi construída sobre mangues. “Só que isso tem que acabar”, disse o gestor.
De acordo com o superintendente, os manguezais são berçários da vida marinha. O equilíbrio dos ecossistemas marinhos depende deles. O mesmo vale para atividades pesqueiras, que sofrem com a degradação dos mangues, onde boa parte dos peixes e mariscos se reproduzem.
A ocupação irregular dos mangues é “um problema cultural grave”, afirma Gusmão, que não foi combatido de forma séria pelos políticos que governaram Ilhéus. Ele atribui a maior parte da responsabilidade às gestões do ex-prefeito Jabes Ribeiro (PP), que governou a cidade por dezoito anos. “Com o período do ex-prefeito João Lyrio, o grupo político de Jabes Ribeiro dirigiu o município durante 22 anos e não combateu a invasão dos manguezais”, critica o superintendente.
Emílio Gusmão ponderou que os governos de Antônio Olímpio, de Valderico Reis e de Newton Lima também não combateram essa cultura de invasões, “mas nenhum deles governou Ilhéus por tanto tempo como o grupo de Jabes Ribeiro”. Segundo ele, basta lembrar do “clientelismo eleitoreiro” que marcou a política habitacional do município entre 2013 e 2016, especialmente na condução do Minha Casa, Minha Vida, programa do governo federal.
Ainda conforme Gusmão, o clientelismo da política habitacional facilitou muito a reeleição de um vereador aliado ao ex-prefeito Jabes Ribeiro.
O superintendente descobriu que na gestão anterior, a antiga Secretaria do Meio Ambiente e Urbanismo iniciou o cadastramento de 50 famílias que moram numa área de manguezal próxima à entrada do bairro Teotônio Vilela, mas elas não foram contempladas pelo programa.
Além de dar moradia adequada a quem necessita, “é necessário adotar medidas que impeçam novas ocupações irregulares nos mangues”, explica Gusmão. Muitas cidades constroem proteções em áreas que dão acesso aos manguezais. Segundo o superintende, é importante discutir as alternativas adequadas para Ilhéus com órgãos públicos e outros atores sociais envolvidos na defesa do meio ambiente.
DO:BLOG DO GUSMÃO
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