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quarta-feira, 29 de março de 2017

MORADOR DO VALE DAS PEDRINHAS É A MAIS NOVA APOSTA NO SUB-20 DO VITÓRIA


No país do futebol o sol nasce para todos / mas só brilha para poucos e brilhou pela janela do barraco da favela / onde morava esse garoto chamado Brazuca  (Gabriel O Pensador)
Os versos acima da música de Gabriel O Pensador narra a história do garoto Brazuca. Menino pobre morador da favela que através do futebol driblou o destino e contrariou a perversa rima “nasce pobre, vira ladrão”, fruto do estigma vivido por todo garoto que habita os bairros periféricos das grandes capitais brasileira. A música poderia servir também como trilha musical para a vida do jovem Esdras da Cruz Marques, 19 anos, morador do Vale das Pedrinhas.
A infância difícil no Vale das Pedrinhas serviu de lição para Esdras. Negro e de família humilde foi alvo de muitas tentações. A chamada “vida fácil”, onde muitos entram, mas poucos saem fez com que muitos amigos de infância de Esdras acabassem por engrossar as estatísticas policiais. No guetho as autoridades castigam não somente aqueles que vão por caminhos dito obscuros. A repressão do estado é cruel com jovens negros da periferia. Muito perto de onde mora o garoto Esdras foi assassinado covardemente pela polícia o menino Joel.  
A imagem do pai e da mãe, que trabalham como cobrador de ônibus e num salão de beleza, respectivamente, pesaram positivamente na cabeça do rapaz. “Foi difícil. Perdi muitos amigos. Muitos se foram. Outros estão em caminhos errados. Graças a deus sempre tive meu pai e minha mãe do meu lado. A gente sendo do bairro, querendo ou não, as vezes acaba batendo um desanimo. A vida da criminalidade puxa. Graças a deus eu soube lidar muito com isso em minha vida. Não foi fácil. Foi difícil, mas conseguir vencer isso. Muitos não conseguem”, relata.
Deda”, como é conhecido no bairro, hoje faz parte das divisões de base do Esporte Clube Vitória. Joga como volante na categoria sub-20. A paixão pelo futebol começou durante as pelejas disputadas nas ruas do Vale das Pedrinhas. Desde cedo o moleque já chamava à atenção, sobretudo dos mais velhos que viam no menino o talento do pai. “Os amigos de meu pai sempre falavam que eu tinha o dom, o talento e que eu tinha puxado um pouco do meu pai, que também já tentou a sorte no mundo da bola, mas infelizmente não deu certo”, conta. O início foi aos 12 anos justamente no clube rival, o Bahia. “Um amigo de meu pai foi quem me levou para fazer essa avaliação. No Bahia fiquei três anos. Acabei mandado embora devido a minha estatura”, explica o atleta. Após a frustrante saída do Bahia surgiu a oportunidade de ir para São Paulo jogar no Palmeiras. Na capital paulista, sem a presença dos pais, Esdras se viu obrigado a amadurecer. “Sai de casa cedo para outro estado. Tive que aprender a ser homem. Em São Paulo amadureci e aprendi um pouco da malandragem do futebol”, relata o ainda jovem jogador. Do Palmeiras para o Corinthians, do Corinthians para o Fortaleza e do Fortaleza finalmente para o Vitória. A chegada ao Leão se deu através de um coordenador que era do Fortaleza e que vindo para Salvador trouxe Esdras para o rubro-negro. “Realizei um sonho de jogar no time de coração de meu pai e de toda a minha família. O time que eu torço desde criança”, diz emocionado.
“Deda” é fã do volante Felipe Melo. Apelidado de “Pitbull”, o jogador do Palmeiras tem como principais características a raça e a vontade demonstradas dentro de campo. “Ele joga como se estivesse defendendo a família dele...Como se estivesse defendendo um prato de comida”, justifica Esdras. A admiração pelo atleta palmeirense é justificada pela forma séria como o jovem lida com futebol. Se Felipe Melo trata a bola como “um prato de comida”, Esdras por sua vez   vê o esporte como um trabalho e afirma: “Meu principal objetivo o futebol é dar uma vida melhor para minha família. Espero que eu venha poder crescer dentro do futebol porque tenho o esporte como um trabalho. Não tenho o futebol como uma brincadeira de criança. Já tive muito isso. Antes era uma brincadeira na rua. Hoje virou uma profissão”.
Que a determinação de Esdras tenha frutos e possa servir de orgulho para toda a comunidade do Vale das Pedrinhas. Quem sabe até caminhar pelos gramados europeus e quiçá até seleção brasileira. Que os deuses do futebol deem seu axé para o garoto.
Por Tiago Queiróz - contato@nordesteusou.com.br

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