Era 30 de abril de 1975 quando o pequeno Vietnã comemorava o fim de um guerra contra a maior potência do mundo, o tio Sam voltava com o rabo entre as pernas derrotado e humilhado.
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| Fronteira entre o Paquistão e o Afeganistão, fechada depois que o Talibã assumiu o controle no lado afegão. AKHTER GULFAM / EFE |
46 anos depois a cena se repete e o talibã vence os EUA, numa guerra que durou 20 anos, parecia que os americanos haviam derrotado o inimigo, grande erro! Bastou as tropas americanas deixarem a terra arrasada por eles mesmos para descobrir que o inimigo estava mais vivo do que nunca.
Em poucas semanas o talibã retomou as principais cidades do país e avança para Cabul, capital afegã, a exemplo de 1989 quando os soviéticos foram a grande vítima do Afeganistão os EUA, sai desmoralizado, sem honra e derrotados.
A conta é pior quando se imagina que mais de 20 mil colaboradores locais, como funcionários da embaixada e afegãos e seus familiares que temem represálias por terem trabalhado como intérpretes ou em outras funções de apoio aos Estados Unidos. Foram essas pessoas que ajudaram os americanos a ter a falsa sensação de vitória, agora parte delas correm o risco de serem deixados para trás.
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| Combatentes talibãs em um veículo ao longo da estrada na cidade de Kandahar [AFP] |
Não há o que se fazer, não existe logística suficiente para salvar essas pessoas e suas famílias, os insurgentes se aproximam e estão a apenas 50 quilômetros da capital, para se ter uma ideia da tragédia, Mazar, Jalalabad e Cabul continuam sendo as únicas grandes cidades ainda sob controle do governo enquanto o Talibã já bate a porta da capital, o que será dessas pessoas?
Os esforços americanos parecem não ser o suficiente e no momento a maior preocupação da embaixada americana é destruir documentos sensíveis.
As cenas vistas por todo o mundo árabe pela Al jazeera é a de militares dos Estados Unidos e e outros países a correrem para retirar, por via aérea, seus cidadãos que estão em Cabul, diante do iminente risco de um ataque, a acelerada e descoordenada retirada emergencial de algumas pessoas mostram apenas uma coisa, os EUA é o grande derrotado dessa guerra.
Texto: Pedro Oliveira
Edição: Ana Fernandes
Informações: Al Jazeera e Deutsche Welle
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