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ASSOCIAÇÃO CULTURAL E ESPORTIVA JORGE AMADO

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quinta-feira, 16 de agosto de 2018

Com ‘oficina’ de SIRIRICA e ‘gaymada’, evento na Faculdade de Medicina da USP causa polêmica

Semana de Diversidade promovida pelos alunos do Centro Acadêmico da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP) já está na sua terceira edição, mas duas atividades que fazem parte da programação deste ano provocaram críticas: a “Oficina de Siririca” (termo usado para se referir à masturbação feminina) e a “Gaymada”.
O assunto ganhou repercussão nas redes socias e alguns internautas questionaram o uso de verbas públicas da universidade. “Dinheiro público financiando essa palhaçada”, dizia um dos comentários na publicação. “Orgias sexuais agora fazem parte da grade de formação acadêmica”, afirmava outro.
Em nota, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP) afirma que não participou da organização da III Semana da Diversidade e rebateu às críticas sobre o suposto uso irregular de dinheiro público.
“Este é um evento promovido apenas pelos alunos representados pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC) e não há utilização de verbas da FMUSP. Respeitamos a liberdade de expressão dos estudantes e a livre expressão de apoio à diversidade.”
Segundo os organizadores, o objetivo do evento, que acontecerá dos dias 13 a 18 de agosto na FMUSP, é trazer para o espaço universitários assuntos que são pouco abordados na graduação e que são considerados relevantes para a formação de bons profissionais de saúde. Entre os temas debatidos estão também inclusão de pessoas com deficiência, cotas, racismo e protagonismo da mulher.
A organização do evento também respondeu às acusações. O texto diz que as despesas foram todas cobertas pelo Centro Acadêmico Oswaldo Cruz, e não pela Universidade de São Paulo.
“Entendemos que a USP é uma universidade pública e que o espaço da nossa faculdade é mantido por recursos públicos; mas, em momento nenhum, indivíduos são impedidos de organizarem seus próprios eventos aqui dentro”, diz o texto.
“Para além do entendimento de anatomia e fisiopatologias, faz parte da nossa formação como profissionais da saúde e como cidadãos tentar entender as diversidades com que vamos nos deparar ao longo das nossas vidas. Não podemos simplesmente ignorar nosso papel social e potencial de trazer melhorias ao atendimento da população. Por isso acreditamos na importância de debates”, afirmam ainda. (Leia a íntegra abaixo).
Ao contrário do que foi dito nas redes sociais, a “Oficina de Sirirca” não pretende ser uma aula prática de masturbação. A descrição do evento afirma que o objetivo é discutir o tabu envolvendo a sexualidade feminina.
“Conhecer o próprio corpo, decidir sobre ele, buscar o prazer, ter desejos e vontades – todas essas ações são criticadas e reprimidas, o que leva não só a problemas na satisfação sexual, mas também a maternidade compulsória, normatização do assédio e da submissão feminina e falta de entendimento sobre questões de saúde”, diz o texto.
Os organizadores da “Gaymada”, que não têm ligação com a FMUSP, descrevem a atividade como “jogos de queimada voltados para o público lésbico, trans, bissexual e gay, na cidade de São Paulo, como forma de ocupação do espaço público”. Segundo a nota, será um “apenas um evento lúdico e esportivo”.

Veja a íntegra da nota:

[NOTA DE ESCLARECIMENTO]
A organização da III Semana da Diversidade vem, por meio desta nota, prestar alguns esclarecimentos mediante a grande repercussão acerca da divulgação da programação completa do evento.
A III Semana da Diversidade tem por objetivo trazer para o espaço universitários assuntos que são pouco abordados em nossa formação e que consideramos relevantes para a formação de bons profissionais de saúde. Recebemos muitas críticas no que diz respeito à relevância dos temas que selecionamos para os eventos deste ano. Todo ano surgem inúmeras ideias, que são muito debatidas entre as pessoas envolvidas na organização, até que são selecionados os que julgamos de interesse, de inovador e de relevante na área da saúde. Claramente existe um recorte, focando em questões de gênero e sexualidade, mas temos clareza que esses não são os únicos assuntos negligenciados e importantes em uma formação médica.
No entanto, a população LGBT traz demandas específicas de saúde e, mais, é marginalizada socialmente, tendo o evento, portanto, também um objetivo de promover a integração e tratar de temas ignorados na sociedade como um todo. Essas particularidades em saúde ainda não são debatidas em sala por não estarem incluídas no currículo nuclear da medicina, então acreditamos ser necessário trazê-las para o meio acadêmico. As minorias sociais existem, procuram o serviço de saúde, e precisamos aprender a atendê-las com dignidade, respeito e qualidade.
Entendemos que a USP é uma universidade pública e que o espaço da nossa faculdade é mantido por recursos públicos; mas, em momento nenhum, indivíduos são impedidos de organizarem seus próprios eventos aqui dentro, desde debates políticos, aulas de ioga e meditação, apresentações de dança e música, até eventos de formação e extensão na área da saúde, como é a nossa programação. A Semana da Diversidade da FMUSP foi organizada com o apoio do Centro Acadêmico Oswaldo Cruz (CAOC), e todas e quaisquer despesas com alimentação e transporte de convidados, quando houve, bem como a divulgação dos eventos serão pagas pelo CAOC. Assim, esclarecemos novamente que não é dinheiro da Faculdade que está sendo usado para promover a Semana, e sim o dinheiro obtido autonomamente pelo CAOC. A direção da Faculdade em nenhum momento se envolveu com o planejamento ou organização do evento – embora não entendamos que isso seria de qualquer forma problemático.
Falando especificamente dos dois eventos na programação que causaram mais polêmica – Oficina de Siririca e Gaymada -, queremos dar nosso parecer já que as informações divulgadas foram um tanto distorcidas. Reiteramos que nenhum desses dois eventos teve custo algum, se a preocupação maior é o gasto do dinheiro público.
Sobre a Oficina de Siririca, ressaltamos o que já foi colocado na descrição do próprio evento: ela não será prática, não se trata de um evento para a masturbação de mulheres e homens trans, mas sim um evento sobre a sexualidade delxs. O nome desse evento é apenas uma alusão, feita com a intenção de, sim, chocar e trazer atenção a um assunto que continua, infelizmente, sendo um tabu. O intuito da oficina não é ensinar a siririca, mas discutir, a partir dela, a sexualidade das mulheres no nosso contexto histórico-social: como muitas vezes as mulheres são reprimidas, como isso impacta sua sexualidade e como falar sobre isso abertamente auxilia a jornada de autoconhecimento do corpo e empodera as mulheres. Trata-se de tentar mudar uma realidade social na qual as mulheres são taxadas de putas e depravadas se resolvem expressar abertamente e abraçar a sua sexualidade. Trata-se de mostrar que não é vergonhoso conhecer o próprio corpo e ter autonomia para se proporcionar um orgasmo – homens cisgêneros vêm fazendo isso desde sempre sem serem julgados, então por que essa repressão quando se trata de mulheres e homens trans? Trata-se de discutir maternidade compulsória, violência sexual e outros tantos temas importantes. A polêmica em torno desse evento só ressalta a sua importância. A Gaymada, por sua vez, é um evento organizado junto a um grupo que organiza jogos de queimada voltados para a população LGBT pela cidade, com o objetivo de ocupar os espaços públicos e promover integração entre essa população. É apenas um evento lúdico e esportivo.
Concluindo, entendemos que, para além do entendimento de anatomia e fisiopatologias, faz parte da nossa formação como profissionais da saúde e como cidadãos tentar entender as diversidades com que vamos nos deparar ao longo das nossas vidas. Não podemos simplesmente ignorar nosso papel social e potencial de trazer melhorias ao atendimento da população. Por isso acreditamos na importância de debates esclarecedores, que nos tirem da zona de conforto, e por fim nos instiguem a refletir e chegar a propostas factíveis de mudanças significativas na sociedade e, mais especificamente, na nossa área de atuação profissional, no serviço de saúde, sobretudo tendo em vista que o foco de nossa atuação se dá por meio do SUS: saúde pública e ampla para toda e qualquer pessoa da população brasileira.
Sem mais,
Organização da III Semana da Diversidade da FMUSP

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